domingo, 13 de dezembro de 2009
Memorial de Silvana Holz
Minha família, para começar é cheia de professores. A família da minha mãe é composta de três mulheres, todas são professoras, meus irmãos mais velhos também seguiram a mesma profissão.
Não é difícil imaginar o porquê da minha escolha, desde muito nova brincava de escolinha com os meus primos, sempre fui a professora. Na verdade, cheguei até a ensinar uma prima minha a ler palavrinhas fáceis, no dia foi aquela festa.
Minha mãe lecionava na roça, andava quilômetros de distância para chegar à escola, naquela época era frequente a chuva e o frio. Quando ainda estava no ensino fundamental, minha mãe, nas épocas de greve do estado, me levava junto na garupa da moto para ajudá-la com os deveres de leitura e tabuada. Em algumas semanas tínhamos que ficar na casa de algum aluno dela, porque chovia muito e dava bastante lama na estrada.
Assim passei grande parte da minha vida. Ao completar 15 anos fui confirmada (um rito religioso) e com 16 comecei a lecionar catecismo. Era uma sensação muito boa.
Fiz magistério e me encantei mais ainda quando comecei a fazer projetos e trabalhá-los nas escolas com as crianças, sempre fui muito querida por eles.
Desde os 18 anos leciono e a cada ano, claro, tem alguns problemas. É muito triste a chegada do fim de ano pois me apego muito aos alunos, acabo me tornando amiga e confidente, sabendo meus limites.
Gosto muito do que faço, e até hoje não me arrependo de ter escolhido essa profissão que, para muitos, não é gratificante mas para mim é preciosa e única.
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